terça-feira, 2 de novembro de 2010

Pantanal


















Lindo álbum do Pantanal -- trabalho do fotógrafo Pepe Mélega.

Cliquem AQUI.




Não deixem de ver isso!





















Um amigo de Facebook me recomendou essa projeção em 3D.

Não tenho nenhuma informação: não sei onde foi, quando foi ou quem fez, mas sei que foi o máximo!

Para assistir, cliquem AQUI.




A internet em manchete

















Na quarta-feira acordei tarde, passei a manhã resolvendo coisas e só me conectei lá pelo meio da tarde. Chequei os comentários do blog e as mailboxes, e fui para o Twitter. Dei uma olhada na Timeline. O polvo Paul continuava liderando. Os demais assuntos não me chamaram a atenção. Em terceiro ou quarto lugar, se bem me lembro, estava Kirchner.

“O que será que ela fez agora?” pensei com o meu teclado, e fui conferir. Assim é que descobri a morte de Nestor Kirchner – e, de quebra, cristalizei a descoberta, da qual vinha gradativamente me dando conta, de que, ultimamente, o Twitter é mesmo a minha fonte primária de informação, o lugar onde pesco a notícia em estado bruto.

Essa informação, aliás, é interativa e, volta e meia, tem duas mãos – já me aconteceu várias vezes cair num engarrafamento inesperado, ou ter dúvidas sobre alguma coisa, dar uma tuitada a respeito e, na sequência, receber dezenas de respostas.

Mas essa “descoberta” óbvia não foi a única do caso. No dia seguinte, quando acordei e peguei o jornal, a proverbial lâmpada dos desenhos animados acendeu-se metaforicamente acima da minha cabeça: lá estava o efeito internet estampado na primeira página, numa manchete que, há poucos anos teria sido radicalmente diferente:

“E agora, Argentina?” perguntava “O Globo”.

Aquela era uma manchete feita com o pleno conhecimento de que, àquela altura, todos os leitores já sabiam da morte do ex-presidente. Uma manchete antenada com os caminhos atuais da informação. Para benefício de algum leitor que tivesse passado o dia anterior em retiro espiritual ou em viagem interplanetária, duas linhas menores esclareciam: “Morte súbita do ex-presidente Kirchner confunde cenário político do país”.

No todo, nada demais. Nada que já não tivesse acontecido antes no próprio jornal, onde as manchetes esportivas, sobretudo, já partem, há tempos, do princípio que o resultado do jogo não é mais novidade. Mas este foi o momento em que a minha ficha caiu completamente: ali estava a prova da influência da universalização da internet sobre a primeira página.

Há cinco ou seis anos, a manchete teria sido “Morre Kirchner”, ou “Enfarte mata Kirchner”, ou outra variação qualquer no mesmo tom; em alguns outros jornais, aliás, as manchetes foram exatamente essas, e subitamente elas me pareceram muito, muito antigas.

O mais curioso é que, há cinco ou seis anos, o rádio e a TV já existiam há décadas, e já transmitiam informação exatamente como fazem hoje, instantaneamente; mas os jornais pareciam não levar isso em conta. Era como se o público que se informava por rádio ou TV fosse um público diferente, ou como se, aos jornais, fosse obrigatória a reiteração da informação primária.

Aquela manchete de quinta-feira, “E agora, Argentina?”, me deu o que pensar. Ali estava, indiretamente, apontado o caminho que, mais e mais, os jornais impressos devem seguir no momento em que todas as outras formas de informação são mais ágeis: repercussão, análise, opinião. Bem ou mal, aquela era a pergunta que estava – e que ainda está -- na cabeça de todos. E agora, Argentina?

E agora, jornal?

Eu acho que é por aí mesmo.


(O Globo, Revista Digital, 1.11.2010)






31.10.10


Missão cumprida






29.10.10


Cinelandia






Celucine no Odeon






Emergência geral!

Três cães lindos e dois gatos maravilhosos, todos saudáveis, mansinhos e bem cuidados, vivem uma situação desesperada: a bípede deles precisa entregar o imóvel, vai voltar a morar com a família e não pode levá-los consigo.

















Se alguém puder adotá-los, terá ótimos companheiros...

O perfil e as fotos deles estão neste BLOG.




28.10.10


A vista do jornal






Conversa vai, conversa vem


















-- Você tem certeza mesmo de que não quer falar sobre a campanha? Você só tem essa semana, depois ela acaba, e aí adiós...

-- Tenho. Absoluta. O que antes já estava ruim, agora ficou pior.

-- Também não é assim. Toda campanha política tem pelo menos alguma coisa positiva. O próprio fato de estar sendo realizada, por exemplo.

-- Isso não é argumento! Não gosto nem de pensar na alternativa. O Brasil já ultrapassou esse estágio. Nós somos uma democracia, ou talvez seja o caso de dizer ainda somos uma democracia, apesar de todos os pesares. Uma das coisas que mais detesto nessa atual campanha é, justamente, a sua feição pouco democrática. A presidência é um cargo sério, o presidente de um país é o presidente de todos os brasileiros, mesmo daqueles que não simpatizam com as suas idéias ou com a sua candidata. Quando faz papel de cabo eleitoral ou de líder de gang não se diminui apenas a si, diminui o cargo que ocupa e, consequentemente, diminui a todos nós.

-- Tá, isso todo mundo já disse e já sabe.

-- Não é verdade. Dá uma olhada no Twitter ou no Facebook. A quantidade de gente que acha normalíssimo o comportamento do presidente é de assustar. Também é de assustar a quantidade de gente que até ontem não tinha idéia de quem é a Dilma e que hoje a põe num pedestal, só porque foi ungida pelo “cara”.

-- Pode ser que, com a propaganda política, tenham passado a conhecê-la melhor.

-- Será mesmo? A propaganda política não faz a gente conhecer ninguém melhor. Pelo contrário, faz desconhecer até quem achava que conhecia. Você algum dia imaginou o Serra distribuindo aqueles santinhos dizendo que “Jesus é verdade”?

-- É, aquilo pegou muito mal.

-- Pegou péssimo! Se Jesus é verdade, como fica a verdade dos brasileiros não-cristãos? E, aliás, o que é que um postulante à presidência tem que meter o bedelho nisso? Ele não está disputando a eleição para Papa.

-- É, mas isso também todo mundo sabe.

-- Ah, mas não mesmo! Se todo mundo sabe, como é que os gênios do marketing, esses que estão aí ganhando por uns meses de trabalho mais do que eu e você vamos ganhar juntas a vida inteira, ignoram?

-- Mas a Dilma também anda com mania de falar em Deus e em ir à igreja por qualquer dá cá aquela palha...

-- Estranho menos, porque a Dilma eu não sei quem é. Eu sei quem são os marqueteiros da Dilma, sei como eles pensam e sei como eles mandam ela se comportar, se vestir e se maquiar, mas, sinceramente, não faço a menor idéia de quem seja a Dilma. Tenho minhas dúvidas, aliás, se ela mesma ainda sabe quem é. Ou quem foi.

-- Pois eu, se escrevesse em jornal, falava da eleição numa crônica sim e na outra também.

-- Já não te basta o jornal inteiro batendo nessa tecla? Você não acha que faz parte do processo democrático ter, num mesmo veículo, assunto para todos, mesmo aqueles que não querem saber das eleições? No outro dia mesmo o Joaquim fez uma crônica linda falando sobre o início da primavera. Estava coberto de razão, as campanhas passam e as primaveras ficam.

-- Pois é, agora você disse: as campanhas passam. É isso que eu estava querendo dizer antes, as eleições passam e se você não falar logo sobre isso não vai poder mais falar, porque elas terão passado...

-- Sim, mas felizmente o assunto não é obrigatório. Eu já acreditei em eleição, já curti tanto campanha política que até andava com adesivo no carro.

-- Você nem tem carro.

-- Já tive. Há muitas luas, mas tive.

-- Mudou você ou mudaram as eleições?

-- As duas coisas, provavelmente; mas acho que as eleições mudaram mais. Antes quase todo carro andava com adesivo, as pessoas punham faixa na janela, sacudiam bandeira, usavam camiseta. E não eram esses pobres diabos que ganham uns trocados para ficar parados na esquina. As pessoas acreditavam, de fato, que o resultado das eleições podia mudar alguma coisa.

-- Mas é claro que pode, como não?

-- Estou cada vez mais convencida de que, em Brasília, todos se tornam iguais. E, ultimamente, quando alguma coisa muda de verdade, em geral é para pior. O Congresso sempre foi isso que a gente sabe, mas nunca teve um Tiririca antes. O meu problema com o Tiririca, aliás, não é que ele seja um palhaço. Acho que há palhaços melhores e mais dignos de confiança do que muitos parlamentares. O meu problema com o Tiririca não é a profissão, mas a indigência mental da criatura. E de seus eleitores.

-- Tá, mas essa fase das eleições já passou. Agora é só presidência, outro nível.

-- Outro nível? E o confronto em Campo Grande, aquilo foi coisa de alto nível?

-- Não, aquilo foi baixaria, mas também não foi tão ruim quanto os tucanos disseram, bolinha de papel ou rolo de fita crepe, vai, nada disso é arma letal...

-- Viu só? Até você está caindo nessa! O problema não é o que jogaram; é ter acontecido! Cuspe na cara também não fere, e daí? Pode-se cuspir nos outros só por causa disso? É inaceitável que uma turma saia para fazer a sua festa, a sua passeata, e os adversários venham com tumulto e provocação! Isso é inadmissível num país civilizado. E não adianta dizer que não foi nada, porque até o comércio fechou as portas... Bando de hooligans! Depois vem o Lula mentir em público e falar em militância de paz e amor, e vem o perito falar em “evento bolinha” e “evento rolo de fita”, mas não vi ninguém falar do “evento pedra” que atingiu a repórter da Globo e tirou sangue.

-- Tá bom, tá bom, então esquece as eleições. Domingo elas acabam mesmo.

-- Ufa! Taí o ponto positivo dessa campanha.


(O Globo, Segundo Caderno, 28.10.2010)  






27.10.10


Mais um "descuido"

Depois de José Padilha, cujo nome apareceu na lista de intelectuais que apoiam Dilma sem o seu consentimento, agora é a vez de Ruth Rocha.

Ela não só nega que tenha assinado o documento, como mandou carta aberta à Dilma desancando o PT.

Tá lá no Noblat.




Um gato de bandeja






26.10.10


Matilda, em foto do iPhone






25.10.10


Ensino: falam os mestres

Hoje deixo a palavra com dois leitores que fizeram comentários no blog a respeito da coluna da semana passada. Vocês se lembram, não? Falei basicamente sobre o uso da internet na educação, e fiquei encantada com o depoimento do professor Marcelo Freire e do trabalho que vem fazendo; da mesma forma, é muito alentador o que escreve o José Lima, especialmente a respeito do trabalho desenvolvido por uma professora que usa o Facebook como ferramenta de ensino. É bom perceber que a turma está atenta e sensível aos desafios da vida online:

“Sou professor de História da rede pública do município do Rio, trabalho em duas escolas na Ilha do Governador. Neste 2o semestre iniciei uma atividade com os alunos que procura reformular o sentido de pesquisa que empregávamos até então. Eu já mantinha um perfil no Orkut para comunicação com os alunos e um blog pessoal, que também trata de algumas questões profissionais. A primeira idéia, então, foi provocá-los para identificarem imagens postadas no blog que fossem relacionadas aos assuntos abordados e que estabelecessem a relação com a matéria, enviando um comentário através do blog com indicação de fonte de pesquisa até uma data determinada, quando os comentários seriam liberados e todos poderiam comparar as respostas. A idéia é utilizar a linguagem visual, obrigá-los a pensarem em palavras-chave para desenvolverem a pesquisa e valorizarem a procura de fontes que atendam ao pedido, já que elas precisam ser apresentadas e estabelecemos regras para que não se repitam. Ao final, podem checar as respostas dos colegas e verificarem as diferenças entre elas. Curiosamente, as duas escolas públicas onde trabalho possuem laboratórios de informática relativamente novos, mas que lamentavelmente possuem computadores lentos e filtros de bloqueios para Orkut, You Tube e outros que acabam travando a atividade dos que não tem acesso à internet em casa. Já trabalhamos com releituras renascentistas, a ideologia do Cazuza, alguma coisa do Monty Python, e a resposta tem sido interessante. Espero que tenha colaborado de alguma forma para exemplificar tentativas de romper com o simples corta/cola que se faz desde o tempo da Mirador. (Marcelo Freire)

“Depois de um longo tempo em coma induzido, a escola finalmente começa a acordar. Há vários grupos de pesquisa em Educação que exploram o papel da criatividade e da imaginação no ensino, incluindo também o ensino superior. Um deles é o The Imaginative Education Research Group (http://www.ierg.net/). É preciso atiçar a imaginação e a criatividade das novas gerações. O mundo pertence àqueles que inovam, que vão além do que é trivial. Uma amiga minha que ensina introdução à teoria literária propôs aos alunos a criação de perfis imaginários no Facebook para as personagens dos livros que serão analisados. Os alunos estão adorando a empreitada. Achei a idéia fantástica e fiquei tentado a escrever o perfil de Madame Bovary para o Facebook. A grande dificuldade em levar as inovações para o grande público esbarra na necessidade de treinamento e requalificação de professores. As escolas públicas no Brasil estão também superlotadas. Fica difícil ser criativo e prover feedback individual quando se trabalha com mais de 45 alunos por classe. De uma forma ou de outra, a escola vai mudar. E eu vejo essa transformação como a coisa mais importante para definir o futuro da raça humana. Há apenas duas coisas realmente importantes na vida. Uma delas é a Educação. E a outra não é tão importante assim. (Jose Lima)


(O Globo, Revista Digital, 25.10.2010)





24.10.10


Como comemorar um casamento




A família e os amigos prepararam uma surpresa para a noiva; puseram o filminho no You Tube e... já foram assistidos por quase dois milhões de internautas!

Muito, muito simpático.




23.10.10


O Rio tem concerto sim!

Neste domingo, dia 24 de outubro às 11 horas da manhã, a L'Art vai provar a você que o Rio de Janeiro tem Concerto sim. 


Um Concerto Barroco superfaturado de qualidade.

Veja a seguir o que reservamos a você, um investimento de alto valor estético, um horário gratuito para encher o seu domingo de alegria e bom humor!!!






VOZES DA PRIMAVERA
Um Concerto Raro que respeita a sua inteligência

Data: 24 de Outubro de 2010 – Domingo – 11 horas

Entrada franca

Local: Igreja da Santa Cruz dos Militares
Rua Primeiro de Março, 36 - Centro - Rio de Janeiro - Telefone: 2509-3878

ORQUESTRA BARROCA DA UNIRIO
DIREÇÃO MUSICAL: LAURA RÓNAI

Composta por 18 músicos, dedicados à música barroca principalmente do séc XVIII.
Os instrumentos: oboé barroco, flauta doce, traverso, fagote barroco, violoncelos, violinos, violas, contrabaixo, cravo e theorba. Cantores que compõem a orquestra: soprano, contralto, tenor e barítono.


PROGRAMA


     Evaristo Felice Dall'Abaco        Concerto mi menor Op.V Nº 3 para 2 flautas, fagote e cordas
     Georg Friedrich Hændel            Cantata Lucrezia para mezzo-soprano e baixo contínuo
     Antonio Vivaldi                            Concerto RV 498 lá menor para fagote e orquestra em 3 movimentos
     Marco Uccellini                           Symphonia 1 (A Rovetta)
     Michel Pignolet de Montéclair   Cantata L'Enlévement d'Orithie para voz, violino e baixo contínuo
     Louis Nicolas Clérambault        Cantata Orphée Livro I Nº 3 para soprano, flauta e baixo contínuo 
     Franz Joseph Haydn                   Salve Regina para soprano, contralto, tenor, barítono e orquestra




Sobre a Orquestra Barroca da UNIRIO


Criada em 2002 a partir da Camerata Quantz, é coordenada pela flautista Laura Rónaicom a proposta de ser uma oficina permanente de interpretação histórica, reunindo todos os interessados neste repertório de câmera. Além do trabalho acadêmico a Orquestra tem apresentado concertos em diversos espaços culturais do Rio de Janeiro e São Paulo e goza de excelente conceito em nosso meio artístico. 





Detesto as bolsas, mas amo esses baús






22.10.10


Um show! Aliás, vários...











Aconteceu ontem, no Guggenheim: a festa do You Tube Play, a Bienal de Video Criativo. Mas os filminhos estão lá e a festa também, porque foi, claro, toda youtubada.

Tem material para a gente passar horas na frente do computador... só não sei se isso é uma promessa ou uma ameaça!

É só clicar AQUI.




Vale uma visita!















A pagininha aparentemente simples acima tem surpresas... Cliquem AQUI, e esperem carregar (demora um pouco).

(Obrigada, Néria!)




21.10.10


Matilda






Atrás de Sir Richard Burton


















Logo no primeiro capítulo de “O colecionador de mundos”, livro de Ilija Trojanow de que falei semana passada, uma grande fogueira é armada no jardim de uma vila em Trieste, na Itália. Nela, imediatamente após a morte do marido, uma viúva manda queimar um bonito livro encadernado em couro. Na vida real, Isabel Burton estava cometendo, há exatos 120 anos, um dos grandes crimes literários do seu tempo. Para “proteger a reputação” do marido, o capitão Richard Francis Burton, queimou todos os seus diários íntimos, observações e anotações feitas ao longo de uma das vidas mais interessantes do século 19. O fogo também levou uma nova tradução de “O jardim perfumado”, de Muhammad al-Nafzawi, obra de literatura erótica árabe do século 15 que Burton comparava aos escritos de Aretino e Rabelais.

Essa barbaridade pouco adiantou; apenas aumentou os rumores acerca das reais inclinações sexuais de Burton, e criou enorme antipatia por Isabel. Quanto ao capitão, continua cheio de admiradores. Muitos me mandaram emails, entusiasmados pela possibilidade de reencontrá-lo, agora numa obra de ficção. Não será a primeira vez que isso acontece: do “Aleph” de Borges ao supracitado “Colecionador de mundos”, passando pelo “Mundo perdido”, de Conan Doyle, a Wikipedia cita mais de uma dúzia de obras de ficcionistas que não resistiram ao homem que, se não tivesse existido, teria que ter sido inventado. E não faltou uma boa recomendação do pool de leitores:

“Há um excelente livro policial que gira em torno de Richard Burton – escreveu David Soledade. -- O título é “A promessa do livreiro”, o autor é John Dunning e a editora é a Companhia das Letras.”

Já Henrique Moraes dá o mapa da mina para os angloparlantes interessados nas memórias da famosa viagem à Meca:

“O multitalentoso Richard Burton é um dos grandes personagens vitorianos da História. No site abebooks.co.uk podem ser encontrados exemplares do autobiográfico “A Secret pilgrimage to Mecca and Medina”, onde ele conta com detalhes preciosos essa extraordinária aventura.”

* * *

“A respeito de Sir Richard Francis Burton, esse Indiana Jones do século 19, gostaria de acrescentar que ele andou por aqui também, -- escreveu José Mário B. F. Lima. – “Viveu no Rio durante dois anos, no reinado de D. Pedro II, do qual se gabava ser amigo pessoal, escreveu dois livros sobre a vida e a geografia do império brasileiro (não recordo os títulos, infelizmente!) e visitou os campos de batalha da Guerra do Paraguai como observador (espião?) do império inglês, escrevendo o livro "Cartas dos campos de batalha do Paraguai", publicado aqui pela Bibliex Editora, uma espécie de diário,  cartas para um amigo inglês sob pseudônimo, nas quais descreve aspectos sociais, geográficos/geológicos (era um geólogo compulsivo!) e bélicos do conflito e dos povos e cidades nele envolvidos, a saber, brasileiros, argentinos, uruguaios  e paraguaios. Suas descrições das cidades do Rio da Prata são minuciosas e críticas, e nos transportam para o clima vigente na América Latina do seu tempo. Ao longo do volume, ele várias vezes se refere às suas aventuras na África e no Oriente Médio, inclusive sua peregrinação à Meca, disfarçado de árabe! Se o personagem de fato a empolgou, recomendo a leitura do livro mencionado acima.”

Eu não disse que um livro fora de série puxa um monte de outros? Agora já são mais dois que preciso procurar, “A promessa do livreiro” e essas “Cartas...”! Mesmo sem ter lido o email do José Mário, porém, Marcelo França faz uma correção ao texto:

“Ele foi cônsul britânico em Santos. E é personagem do lindo filme "Montanhas da Lua". E eu tinha uma biografia dele muito boa, mas o nome dela, esqueci...”

Não seja por isso. Há quem lembre, como Assede Paiva:

“Por oportuno, informo que há outro livro sobre o mesmo aventureiro, escrito por Edward Rice, intitulado “Sir Richard Francis Burton”, Companhia das Letras. É ótimo.“

Fui ao site da editora e vi que o livro ainda pode ser encontrado, numa edição de bolso lançada em 2008 com um subtítulo que dá uma boa idéia do biografado: “O agente secreto que fez a peregrinação a Meca, descobriu o Kama Sutra e trouxe As mil e uma noites para o Ocidente”.

E Arthur Mario Vianna lembra os títulos que José Mário B. F. Lima esqueceu:

“Burton esteve no Brasil no século 19 e escreveu dois livros muito interessantes: “Viagem do Rio de Janeiro a Morro Velho” e  “Viagem de canoa de Sabará ao oceano Atlântico” (Editora Itatiaia ). Neste último esteve em 1867 com Carlos Mariani, de tradicional família baiana, em Barra do Rio Grande, às margens do Velho Chico.”

Mas tem mais. Vejam o que diz a Heloisa Barbosa:

“Richard F. Burton é personagem muito estudada por nós, pesquisadores em tradução. Foi cônsul britânico em Santos, onde, com a esposa, fez amizade com o casal José de Alencar. Esta tornou-se a primeira tradutora de Iracema para o inglês: “Iraçéma the Honey Lips: A Legend of Brazil” (Bickers & Son, 1886). Na verdade, há dúvidas se o tradutor não foi ele mesmo, tendo ela apenas incentivado a publicação do livro, após a morte dele. Em 1982, descobriu-se uma tradução dele da obra de José Basílio da Gama: “The Uruguay: a historical romance of South America” (University of California Press, 1982).”

E agora vocês me desculpem, mas tenho que dar uma chegadinha rápida numas livrarias online. Volto logo.


(O Globo, Segundo Caderno, 21.10.2010)





20.10.10


Do jeito que a coisa vai...



"Como telefone é mais ou menos, mas tira cada foto!"
Posted by Picasa





19.10.10


Há tempos eu não fazia essa foto...






18.10.10


Ensino: a internet como aliada

Na quarta-feira fui conversar sobre crônicas e mídias sociais no Quarta às Quatro, promovido há cinco anos pelo Victor Iorio na Biblioteca Nacional. É um evento muito simpático, aberto à população, e geralmente freqüentado por alunos de escola pública que ouvem o papo do dia depois de uma visita guiada por aquele fantástico templo de livros.

Havia, pois, uma turma de alunos de ensino médio, acompanhada de seus professores, além do público avulso de hábito. E havia uns medos sempre manifestados quando se fala em estudante, internet em geral e mídias sociais em particular. O mais freqüente, e mais antigo, é que a internet estaria “desensinando” as regras da escrita aos jovens. Isso já foi preocupação em relação ao MSN, e hoje, pelo visto, migrou para o Twitter, onde a necessidade de mandar o recado em 140 caracteres gera uma profusão de abreviaturas.

Não acho grave. Mais grave do que abreviar palavras ou usar miguxês (que, me parece, já está ficando “antigo”) nas horas vagas, é não aprender a escrever direito na escola. Pode-se escrever mal sem problema, desde que se saiba como escrever bem. A garotada sabe que uma coisa é uma coisa, e outra coisa é outra coisa.

Na verdade, considero o Twitter um grande aliado da boa escrita. A concisão necessária para dizer algo relevante em 140 caracteres não é fácil de alcançar. A partir do momento em que alguém dispõe de espaço tão exíguo para se manifestar, precisa pensar melhor o seu texto, e precisa aprender a separar o que é essência do que é excesso.

Outro medo – este, na verdade, um problema. Pede-se um trabalho a um estudante, ele vai ao Google, dá um corta&cola e prontinho, trabalho feito. Que fazer em relação a isso? Primeira coisa, saber que os paradigmas mudaram, e que o que se fazia antes na biblioteca pública hoje se faz no computador.

Já houve tempo em que os professores pediam pesquisa e os alunos copiavam letra por letra o texto da enciclopédia ou de algum livro didático. É verdade que, talvez, com o ato de copiar, absorvessem uns resíduos culturais que o corta&cola não tem, mas não há mais volta na forma de pesquisar.

Sendo assim, porque não aproveitar a oportunidade e ensinar aos alunos como fazer boas pesquisas na internet? É preciso ensinar que nem sempre o primeiro resultado vale, é necessário que aprendam a comparar várias fontes, é fundamental que desconfiem de qualquer informação que não consigam checar melhor. Tudo isso é aprendizado, e aprendizado muito útil para o seu (deles – e nosso também) tempo.

Como estimular os alunos a escrever? Fazendo-os escrever onde os colegas possam lê-los. Por exemplo, criando um blog da classe para as redações, onde, além das notas dos professores, eles possam contar com os comentários dos colegas. Fazendo blogs temáticos dividos pelos vários interesses da turma – futebol, cinema, balada. Tudo é assunto.

O Facebook também é um bom ponto de encontro, uma espécie de grande blog comunitário onde as crônicas do cotidiano dos amigos se cruzam num espaço virtual. Ele tem sobre os blogues tradicionais a vantagem de reunir mais rapidamente uma massa de leitores, e de permitir que uns tomem conhecimento automático do que outros escreveram.

A internet pode ser uma grande aliada do ensino. O importante é que ninguém tenha medo de novidades, e de experimentar novas receitas. O mundo está mudando mais rápido do que jamais mudou, mas nós somos parte integral dessas mudanças – e a cara que o mundo vai ter depende, e muito, do que vamos fazer dele.


(O Globo, Revista Digital, 18.10.2010)





Chooooooooove!






Gata escondida






17.10.10


Dias de leitura

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